sábado, 3 de janeiro de 2009

Estou Cansada De Discussões!!

Estou Cansada De Discussões!!

- Estou cansada de discussões…-dizia ela gritando com ele
-Eu também, pensas que para mim é facil, discutir todos os dias? - Dizia ele não a encarando.
-Então porque o fazes??Estou farta, farta de todo.- olhou-o nos olhos ele estava quase a chorar e ela também, todos os dias era a mesma coisa, já tinha passado um ano desde que estavam juntos, eram felizes até à bem pouco tempo, mas agora discutiam constantemente, não havia um dia em que não discutissem. Não sabiam o porquê das discuções, discutiam por tudo e por nada.
Gostavam um do outro, disso tinham a certeza, mas o facto de o tempo ser pouco para estarem juntos estava a deixa-los distantes um do outro.Ele quase que não tinha tempo para ela por causa da banda, dos concertos, das festas, às quais ela fazia de todo para não ir,programas televisivos, intrevistas, a gravação do novo CD. Os tempos livres dele não coincidiam com os dela, poucos eram os fim-de- semanas que passavam juntos, praticamente só estavam juntos à noite e aí começavam a discutir.
- Olha, vou dar uma volta, antes que faça ou diga coisas que mais tarde me venha a arrepender! - Disse com as lágrimas nos olhos, pegou no casaco e nas chaves e saiu, batendo cuidadosamente com a porta a tras de si. Ela nem lhe respondeu, sentou-se no sofá, agarrando uma almofada com toda a força que tinha, chorava, um choro incontrolável e impulsivo, chorava aquilo que não tinha chorado à frente dele e/ou quando ele estava por perto, pois quando ele estava ela chorava em silêncio, tal como ele. Sofriam muito por estarem assim, sofriam ainda mais por sofrerem em silêncio.enquanto ela ficou alí no sofá a chorar com todas as suas forças, ele foi passear pelo jardim que havia no centro da cidade, foi a pé, pois sabia que não estava em condições para conduzir e que o ar da noite lhe iria fazer bem, levava os oculos de sol que lhe tapavam a cara e um gorro que lhe tapava o cabelo. As lágrimas caíam-lhe pela cara sem pedirem permição, estava tão confuso e pensava- Porquê??Porque discutimos tanto?? Qual o motivo? - Eram 3 das muitas perguntas que pairavam na sua cabeça, andava pela rua que o iria levar até ao jardim, sentiu frio e vestiu o casaco, pouco tempo depois estava no jardim, sentou-se no primeiro banco que viu, olhava as estrelas e algumas lembranças assombraram-no……

Espera, não vás tão rápido…- dizia ele tentando alcança-la ela somente lhe sorria, o sorriso que ele tanto adorava. Ela parou junto a um repuxo, poucos segundos depois alcançou-a.
Apanhei-te. Tu corres muito! -disse ofegante, ela respondeu
Ao contrário de ti, que não corres nada! – Sorriu, ele puxou-a para si e beijaram-se apaixonadamente, no fim do beijo ele disse: Amo-te, sabias? Ela respondeu – Não… Eu também te amo muito! Nisto ele pegou-a ao colo e rodopiou…”


Quando voltou das suas recordações, reparou que no banco em frente estava um casal de namorados, que brincavam um com o outro e trocavam leves beijos muito apaixonados
Que inveja! – Pensou, aquele cenário fê-lo lembrar de como era até a pouco tempo, eles estavam sempre felizes, namoravam muito, brincavam e viviam num clima de paz. O que teria mudado tudo isto? Ele sabia que grande parte da culpa era sua, que não tinha estado mais presente, mas ela também sabia que isto seria assim, e não se opôs, aceitou, porque o amava. Será que já não amava? Ele não acreditava nisso, precisava de falar com alguém, neste momento precisava do seu irmão, da sua verdadeira alma gémea, mas tinha que guardar a conversa para amanhã, pois tinha a certeza que o irmão não estaria em casa e se estivesse estava ocupado. Sentiu frio, levantou-se e retomou o caminho que o trouxera até ali, não era muito tarde, 22 horas, entrou dentro de casa, abrindo e fechando a porta cuidadosamente, não queria que ela acorda-se. Entrou na sala e viu a televisão ligada, olhou em redor e viu que ela dormia calmamente no sofá, estava encolhida e agarrada a uma almofada molhada, das lágrimas, ele aproximou-se calmamente e pegou-a ao colo, levando-a para o seu quarto, tentando não a acordar, mas em vão ela acordou, mas não abriu os olhos, sabia tão bem estar envolvida por aqueles braços, sentia-se protegida, ele deitou-a na cama tirou-lhe os chinelos e cobriu-a, sentou-se junto a ela, começou a fazer-lhe festas na cabeça e a falar para ela, pensando que ela dormia.

- Porque nos está a acontecer isto? Tenho tantas saudades dos teus beijos, do teu sorriso terno, das tuas palavras carregadas de carinho e das nossas brincadeiras…porque é que agora passamos os dias a discutir, sem motivo? Pelo menos eu não sei qual é o motivo. - Dizia enquanto passava a sua mão pelos longos cabelos castanhos dela, ela ouvia aquelas palavras tinha vontade de chorar, mas não iria fazê-lo, queria beijá-lo naquele instante e dizer-lhe que o amava muito mas não o fez… ele levantou-se aconchegou-lhe a roupa e olhou-a uma ultima vez, com um olhar carinhoso e carregado de ternura, virou costas e dirigiu-se, sempre acompanhado pelo olhar dela, parou junta à porta olhou mais uma vez e saiu. Ela olhou o tecto e sorriu, tinha uma vontade enorme de ir ter com ele, mas não queria piorar ainda mais a situação. Ele foi dormir para o outro quarto, o de hospedes.

Deitou-se na cama, a cama era muito fria e ele só estava de boxers, era a primeira vez que dormia sozinho, no ultimo ano, apesar de ultimamente discutirem dormiam sempre juntos, mas ele hoje não a queria acordar, ao toca-la com o seu corpo gelado. Estava já habituado à companhia dela, e sentia-se só naquela cama enorme, que não aquecia nem por nada, tinha saudades da sua cama, mas principalmente da compainha. Andava às voltas na cama, na tentativa de aquece-la e acabar por adormecer, com tantas voltas pela cama acabou por adormecer, num sono profundo, não dormia assim há algum tempo, pois antes dormia um sono leve, já que tinha medo de a incomodar.
Ela acordou ao meio dia, em ponto, tinha dormido muito, mas sentia-se cansada, tinha os olhos inchados do choro da noite anterior. Levantou-se e foi até à cozinha, viu que a casa estava como a tinha deixado, com as persianas fechadas, a casa estava numa enorme escuridão, ligou a luz do corredor e da sala, desceu as escadas percorreu a enorme sala e finalmente entrou na cozinha, foi preparar o seu pequeno-almoço, cereais com leite, encostou-se ao balcão e abriu a persiana, a vista daquela janela dava para o seu enorme jardim, com a piscina ao centro, a esplanada, junto à mesma e lá ao fundo o mini-bar, era o jardim que ela sempre sonhou ter. Começou a comer os cereais calmamente, e a lembrar-se de alguns momentos passados naquele jardim…

“- Bill, Bill onde estás? – chamava-o junto à piscina, mas ele não lhe respondia
- Bill! – Voltou a chamar, mas mais uma vez, não lhe respondeu, queria pregar-lhe uma partida, ele estava escondido no mini-bar…ela parou de chamar e olhou para a piscina, grande como ela sempre quis ter, estava distraída a olhar para aquela água límpida quando é surpreendida por trás e atirada à água, mas com o susto agarra-o e ele vai junto, ao virem á superfície, sorriram e beijaram-se apaixonadamente…”
Abanou a cabeça, para que a lembrança voa-se dali e meteu mais uma colher de cereais à boca e murmurou – “éramos tão felizes!”.

- Pois éramos – disse ele encostado á porta da cozinha, ela assustou-se ao ouvi-lo, não estava à espera que ele aparecesse naquele momento, respondeu-lhe
- Estás em casa? - Tentava mudar de assunto, ele percebeu e sentiu-se um pouco triste por ela estar a mudar ao assunto, mas respondeu-lhe
- Sim. – Disse aproximando-se dela calmamente, ela não olhava para trás mas sentia-o a aproximar-se, ele estava muito perto ela ia tentar “fugir”, mas ele encurralou-a poisando as mãos no balcão, ela estava entre ele e o Bill. Não disseram nada, apenas contemplavam o jardim, ela sentia a respiração dele no seu pescoço, o que a estava a deixar louca, mas tentava resistir ao máximo. Ele encostou-se a ela, estava só de boxers, aproximou os seus lábios da orelha direita dela e disse
- Porque nos aconteceu isto? – Ela arrepiou-se ao ouvir aquelas palavras
- Não sei. Tu sabes? – Perguntou num tom calmo
- Não…tenho tantas saudades tuas. – Disse num murmúrio, que quase não se ouvia, ela nem lhe respondeu, virou-se calmamente e beijou-o, como nunca antes o tinha feito, aquele beijo envolvia todo o tipo de sentimento, como paixão, amor, saudade, ternura, carinho, desejo, acabaram aquele beijo, encostaram a testa, um no outro, olharam-se nos olhos e sorriram…




FIM

2 comentários:

Anónimo disse...

Tenho que dizer que adorei a one-shot. Parabéns a autora, absolutamente!

Btw: Obrigada pelo comment no meu blog :) e como pedido, vim aqui comentar também ;)

Beijinhos*

Anónimo disse...

K lindo!
O amor vence tudo!!!